É possível conseguir crédito para condomínio? Existem situações em que o síndico pensa nessa alternativa.
Seja para realizar uma obra urgente e custosa, que não consegue ser coberta pelo fundo e pelos condôminos, ou para pagar o décimo terceiro salário dos funcionários, o crédito para condomínio pode ser uma solução para uma dívida.
Há alguns anos, pensar nisso era inviável, porque os bancos não eram especializados em linhas de crédito condominial.
E hoje? Como funciona?
O condomínio pode tomar empréstimos?
Atualmente, o síndico pode tomar empréstimos.
O cenário vem mudando nos últimos anos para atender a essa carência.
Algumas instituições financeiras já disponibilizam linhas específicas para condomínios.
A maior procura se destina ao pagamento para o décimo terceiro salário dos funcionários.
Ainda que isso seja um indício de que o planejamento financeiro não foi feito, a administração condominial deve resolver o problema de fim de ano.
O mesmo ocorre quando o condomínio chega ao limite do cheque especial, devido a uma obra de grande vulto.
Quais os prós e contras desta decisão?
O crédito para condomínio é uma faca de dois gumes.
Se por um lado o valor contribui para que ele mantenha seus compromissos financeiros em dia, por outros os juros podem afetar a saúde das finanças a longo prazo.
Em algumas instituições financeiras, há ainda mais pontos negativos nessa decisão de tomar crédito para condomínio.
Há bancos que pedem como garantia a unidade do síndico.
Outros solicitam que síndico e conselheiros sejam avalistas da transação.
Além disso, como de praxe nas transações bancárias, solicitam uma enorme quantidade de documentos, com grande burocracia.
Como ponto positivo, cabe destacar que existem instituições financeiras que são realmente parceiras do condomínio.
Além de estabelecerem juros baixos, permitindo que o condomínio lide com seus compromissos de forma sustentável, não solicitam bens de síndico ou conselheiros.
O condomínio como um todo é que responde por eventual dívida.
Para tomar um empréstimo de até R$ 20 mil, solicitam uma ata assinada pelo síndico e pelos conselheiros.
Acima disso, é necessário aprovação em assembleia.
Existe também uma vantagem de tomar empréstimo com determinadas empresas.
Elas podem assumir, à vista, uma dívida perante prestadores de serviço de grande monta (pintura de fachada, novo elevador etc.).
Os condôminos pagam de forma parcelada, com juros, mas um valor com desconto.
Quais cuidados devem ser tomados ao contratar crédito para o condomínio?
O primeiro cuidado que o síndico deve tomar é realmente avaliar se será necessário tomar o empréstimo.
Há casos em que o rateio de valores entre os condôminos pode resolver a questão.
Uma obra ou dívida de pequeno valor, por exemplo, pode ser paga pelos moradores.
Afinal, uma dívida do condomínio é uma dívida da coletividade, mas acrescida de juros.
Em seguida, deve obter aprovação em assembleia sobre o empréstimo.
O diretor de condomínios da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), Omar Anauate, entende que a aprovação deve ser unânime, pois “o síndico não tem poderes para contrair dívidas com juros em nome dos condôminos”.
A assembleia, porém, também é necessária para manter a transparência na gestão.
Por fim, é preciso escolher criteriosamente uma instituição financeira que proponha boas condições.
O síndico precisa obter crédito para condomínio?
A escolha da instituição financeira é muito importante para que a dívida consiga ser, de fato, paga.
Após essa situação, o melhor a se fazer é um planejamento financeiro adequado, para evitar a necessidade de novos empréstimos.
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