Funcionários, condôminos e administradora são apenas alguns dos assuntos com os quais o síndico precisa lidar no seu horário de trabalho. Diversas vezes o horário definido não é suficiente. Isso sem falar das emergências, que sempre parecem acontecer a noite ou aos finais de semana. Os questionamentos são inevitáveis: Vou abrir mão da minha vida privada e ocupar meu tempo sem ganhar hora extra? Como definir um horário de atendimento que seja bom para todos?
Entendendo a relação condomínio x síndico x hora extra
Ser nomeado síndico profissional ou síndico condômino envolve um mandato com direitos e deveres. Isso traz muita responsabilidade e nenhum vínculo empregatício. Como não há relação trabalhista, não há obrigação de pagamento de salário (ainda que possa estar previsto algum pagamento na Convenção do Condomínio), 13º salário, férias remuneradas, hora extra, FGTS e afins.
O síndico profissional é remunerado através do pagamento de honorários. Já o síndico condômino, na maioria das vezes, não recebe nada. Felizmente, a cada dia que passa, mais condomínios entendem a importância da função, e, através de assembleia isentam o síndico condômino da taxa condominial ou até definem um valor a ser pago a título de honorários. Porém, permanecendo sem vínculo.
Entenda:
O síndico profissional tem uma jornada semanal a cumprir, que é definida pelo condomínio em contrato. No geral, quanto mais horas, mais cara a contratação.
O síndico condômino, sendo um gestor e morador do prédio, não tem jornada definida. Por isso, é fundamental colocar limites claros quanto ao horário de atendimento, senão, diante da facilidade de acesso, os abusos serão constantes.
Horário de atendimento do síndico
Ter bom senso é o mais importante. Conhecer a rotina dos moradores é um bom começo: integrar seu horário de permanência no prédio com o deles pode significar que em uma hora de disponibilidade por dia, você consiga atender a todos.
Durante esse período aproveite para conversar com o zelador e atualizar as informações importantes. O ideal é que esse “plantão” não seja feito na sua casa, mas sim na portaria, salão de festas ou sala do síndico, se houver. Se perceber que o tempo não é suficiente, ajuste-o de maneira a não atrapalhar sua vida privada.
Chama o síndico!
Os condôminos precisam ser avisados de que podem chamar o síndico, mas podem antes tentar conversar com o porteiro ou zelador, principalmente se você estiver fora do horário estabelecido para atendimento. Se não for urgente, reclamações ou sugestões devem ser feitas no livro de registros disponível na portaria ou através de qualquer outra ferramenta que evidencie as ações: o e-mail, por exemplo.
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Manter seus números de telefone disponíveis apenas para o pessoal do Conselho e portaria também ajudará a manter sua tranquilidade na hora do descanso. Você pode fazer tudo isso para proteger sua privacidade, mas é importante lembrar que se você assumiu essa posição, deve também estar disponível para os moradores e pode fazer isso estabelecendo uma comunicação transparente com eles.
Veja:
Dicas de como estabelecer canais de comunicação com os condôminos
- Mantenha uma rotina de comunicados no condomínio. O elevador quebrou? Deixe um bilhete na porta do elevador no térreo, informando que o conserto já foi providenciado e que, no máximo em “x” horas o elevador voltará a funcionar normalmente;
- Mostre-se disponível em canais em que você pode controlar o horário, como e-mail ou site do condomínio;
- Em feriados prolongados e finais de semana, tente fazer um escala de plantões para emergências, se revezando com o subsíndico e com o conselho. Normalmente, essas pessoas se dispõem a ajudar;
- Avalie a possibilidade de criar um grupo em aplicativos como o Whatsapp para comunicação rápida e objetiva com todos;
- Divulgue e converse nas reuniões do condomínio que quem cuida de incêndio é o bombeiro; de brigas, a polícia e emergências médicas, o SAMU. Desta forma, as pessoas também entendem que essas ocorrências serão tratadas mais rapidamente quando encaminhadas para os responsáveis diretos.
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